segunda-feira, 26 de julho de 2010

Crianças da rua

Pequenos que têm a rua como lar,
As calçadas como leito
Coração a soluçar por abandono
descaso e desprezo.
Mãos estendidas,
Olhos a rogar migalhas de amor
Pequenos que não têm direito a sonhar
Os sonhos pequeninos
Que gostariam de ter.
Meninice açoitada
Por medonhos espinhos
Da realidade cruel.
Ninguem canta para lhes ninar
Nem contam histórias para lhes alegrar.
Tampouco se comovem do pranto
Que lhes rola na face.
Olhos tristes, bocas famintas.
Corpos franzinos de andrajos cobertos.
Almas penadas
A vagar sem alento
Têm o semáforo como "point"
Em espetáculo patético
Contra-gosta arrancam
Dos seus espectadores
Parcos trocados
Que nenhuma migalha
É capaz de pagar
O necessário alimento
Para a fome aplacar
E jazem de inaninção.
Pequenos que têm
A alegia roubada
e a felicidade perdida
Sem norte e sem guia
Que futuro terão?

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