quarta-feira, 7 de julho de 2010

Bem me quer, mal mequer...

Bem me quer
Que seja feliz
Que sorria
Cante e encante
Com histórias alegres
Os jardins dos miseráveis
Sedentos de alegria e de amor.

Mal me quer
Que seja triste,
Que sofra e chore
Do conto triste
Dos bosques dos opulentos
Que tudo têm e nada partilham
Que mergulham
Afogando-se,
Gulosamente, na fartura
Que sofregamente
Aquinhoam aos cofres
Deixando escapar, contudo,
Carências
Das preciosas jóias
Do coração.

Bem me quer
Que ame e guarde
Com muito carinho
Todo ser pequenino
Todo querido irmãozinho
Que possa alcançar.

Bem me quer
Que viva
A infância esquecida
Nas gangorras dos parques
Nos jardins do colégio
No aconchego do abraço.

Mal me quer
Que lembre as dores
Dos dias trevosos
Do medo da ameaça
Da guerra
Assombrando a paz.
Do pesadelo
Da morte
Que friamente da vida,
Se acerca.

Bem me quer
Que um dia
Toda esperança de vida
Seja tão verdadeira,
Toda verdade certeira
A levantar todo homem
Do túmulo da ignorância
Se despir da arrogância
E se compor
De bondade, de luz
E simplicidade.

Edina Smith Belém (PA.), 27/7/2009.

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